quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O corpo fala

Será que sabemos o que realmente está acontecendo com a gente?

Existem muitas coisa que acontecem em nosso organismo até desenvolvermos uma doença, e quase sempre somos o último a saber! Estamos cada vez mais desconectados de nós mesmos e não sabemos a quem perguntar! A técnica do Body Talk System pode nos ajudar nessa questão.

Não seria genial se para entendermos o que está acontecendo com a gente num momento que temos alguma enfermidade, perguntássemos ao nosso próprio corpo e ele respondesse? Como terapeuta, o próprio corpo do paciente nos dizer o que está acontecendo e como podemos ajudá-lo, ao invés de tirar suposições através de avaliações e exames complementares é uma idéia fantástica! Isso é basicamente o que acontece quando se utiliza essa nova técnica chamada Body Talk.

Em nosso organismo acontecem mais de 1000 reações químicas por minuto. Fica difícil não assumir a existência de uma energia capaz de coordenar todo esse complexo processo interno. Os terapeutas de Body Talk chamam essa energia de Sabedoria Inata, e à assumem como conhecedora de tudo o que está se passando com o organismo.

Essa técnica desenvolve a capacidade do terapeuta de entrar em contato com a Sabedoria Inata de um indivíduo e através desse contato obter as informações fundamentais para se entender o que está se passando nesse organismo e traçar uma melhor forma de tratamento dentro das suas reais necessidades e possibilidades.

O Body Talk System foi desenvolvido por John Veltheim, um quiroprata, acupunturista Australiano que depois de 2 anos com uma febre de 38º – diagnosticada pela presença de um vírus que não se conseguia erradicá-lo com diversos tratamentos – teve sua cura através de uma amiga, também quiroprata, que disse que iria entrar em contato com seu corpo e pedir pra que ele expulsasse esse vírus de seu corpo. Duas semanas depois a febre tinha passado e ao novo exame o vírus sumido.

Intrigado com a forma que foi curado, John começou a pesquisar e desenvolver o que hoje é o Body Talk System, que utiliza como base a filosofia da Medicina Tradicional Chinesa, os preceitos da física quântica e a técnica da cinesiologia aplicada.

A partir dos conceitos do Body Talk, o corpo precisa estar em harmonia para ser saudável, com todas as estruturas afinadas e coordenadas. As glâdulas endócrinas tem papel fundamental nesse equilíbrio. As toxinas devem ser sempre eliminadas com a ajuda do sistema linfático. Há bastante atenção aos aspectos emocionais: traumas recentes ou antigos guardados a sete chaves em algum lugar no corpo, ou a relação com pessoas e coisas ao seu redor, que têm influência na saúde e através do Body Talk podem ser equalizadas.

Basicamente o Body Talk representa um paradigma que através do conhecimento racional – hemisfério esquerdo do cérebro - damos sustentação a percepção e intuição – hemisfério direito – e o terapeuta consegue estabelecer contato com o inconsciente do paciente e este assinala quais os aspectos a serem tratados e como. Assim o organismo se harmoniza e pode restabelecer a saúde.

Esta é uma técnica nova, que está crescendo pelo mundo. Há 5 anos, chegou ao Brasil, no Rio de janeiro, onde se encontram os terapeutas mais experientes. Se tiver oportunidade experimente uma sessão e veja o que o seu corpo está querendo lhe dizer.

Axé.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A ajuda que pode atrapalhar

Joelheira e afins podem piorar as lesões que justificam seu uso

Quem tem um joelho ‘bichado’, um tornozelo frágil ou um pulso ‘aberto’ provavelmente usa algo para dar mais firmeza quando vai exercer alguma atividade física. Cuidado! Pois essa estabilidade não é real e gera dependência, podendo fragilizar mais a região. Como isso funciona?

Nosso organismo tem como lema a economia energética acima de tudo. Ou seja, se comemos demais, guardamos o excesso (gordura); se não usamos um músculo, ele vai diminuindo até sumir (atrofia); se uma articulação não se mexe, vai enrijecendo até colar (aderências).

Algumas reações aparentemente não nos favorecem, mas nosso corpo não leva em consideração as circunstâncias externas do dia-a-dia, e sim as prioridades fisiológicas celulares em prol da sobrevivência do organismo como um todo.

Assim, um estabilizador, como as joelheiras e tornozeleiras de neoprene, em primeira instância estabiliza o segmento fragilizado por uma lesão e o ajuda na execução dos movimentos. Para o organismo, existe algo que está fazendo o papel dos músculos adjacentes – reais responsáveis pela estabilização – e isso já é suficiente pra que a musculatura da região vá relaxando e diminuindo.

O uso indiscriminado desses artefatos – que, em princípio, têm a função de ajudar - fragiliza a região. A articulação cada vez precisa mais daquele instrumento externo para se sentir estável, até o momento em que o segmento já está num déficit muscular tão avançado que o próprio estabilizador já não dá mais vazão.

Mas isso não significa que os estabilizadores não prestam e devam ser jogados fora. Existe um momento na recuperação de lesões que o uso de um estabilizador pode ser aplicado para dar mais segurança. Não faz mal usá-los para retomar determinada atividade. Mas é imprescindível abrir mão do aparelho assim que encerrar o exercício - e não utilizá-lo em sua rotina.

Usar o estabilizador para tarefas como andar, comer e ver televisão é muito prejudicial. Mais uma vez, o paradigma: mais importante do que o quê estamos usando é como aplicamos o uso.

A estabilização deve ser feita pela própria musculatura. Através de exercícios específicos, conseguimos recuperar a estabilidade natural para diferentes atividades. Por exemplo, devemos exercitar a musculatura dos dedos e antebraço para tratar de um “pulso aberto”; quem tem um joelho instável precisa fortalecer a coxa, ao passo que o trabalho para um tornozelo frágil é feito na perna. Para mais esclarecimentos, procure um profissional de confiança.

Axé.


quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Só conseguimos ver o miolo da cebola

Cientistas afirmam que o corpo é apenas 25% de nós!

É comum relacionarmos áurea, alma, espírito, chakras e energia com assuntos religiosos. Mas a ciência, através da física quântica, caminha para compreender e explicar a real presença dessas manifestações e traz novas possibilidades para o mundo moderno.

Segundo os preceitos da física quântica, o elétron, que fica circulando em órbitas em volta do núcleo do átomo, não é uma partícula, como se pensava, e sim uma freqüência de onda. O que isso significa? Que toda a matéria composta de átomos nada mais é do que energia numa determinada freqüência, o que a torna palpável e visível aos nossos olhos.

O mais impressionante é que essa afirmativa também cria a possibilidade da existência de outras matérias em outras freqüências que não podemos palpar e ver, mas existem! Decorrentes desta descoberta, estudos mostraram que nosso corpo representa apenas 25% da matéria que nos compõe. Os outros 75% de nós estão em três camadas de diferentes freqüências e são determinantes para nossa saúde e vida.

Nosso corpo total é composto por quatro diferentes camadas de energia. Nós só conseguimos ver e tocar na mais densa delas - o que não quer dizer que não podemos sentir as outras. Os cientistas atribuíram nomes às camadas: física, etérica, mental e astral - da mais densa à mais sutil.

Nessa perspectiva, a camada etérica faz a ligação entre o corpo físico, o mental e o astral. Existe uma associação direta entre o plano etérico, os meridianos da acupuntura e os chakras. Esse plano etérico já foi reconhecido em embriões - eles surgem antes dos órgãos serem formados. São os meridianos da acupuntura que organizam as células no embrião do ser humano para formar os órgãos em seus devidos lugares.

Mais interessante ainda é a idéia de que todas as doenças que acometem o ser humano, para esses pesquisadores, primeiro ocorrem nos planos mais sutis para, em última instância, atingirem o corpo físico. Máquinas de escâner começam a ser desenvolvidas, usando o mesmo princípio da Ressonância Nuclear Magnética, para detectar a desordem nos planos mais sutis e tratá-las ainda antes de chegarem ao corpo, o plano mais denso.

Para essas evoluções da medicina, só nos resta esperar. Enquanto isso, assumir que somos maiores do que pensávamos e desenvolver sensibilidade para entrar em contato com essa outra parte de nós pode fazer uma grande diferença. Até porque saber que nossas informações estão no ar, ao nosso redor, mas não conseguir acessá-las me soa um tanto quanto frustrante.

Quem resistir a essas possibilidades e continuar na postura do ver pra crer pode ficar atrasado com relação aos que buscarem sentir. Aos interessados em se aprofundar nessa nova perspectiva, recomendo a leitura do livro Um guia prático de medicina vibracional.

Axé.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Alimentos orgânicos fazem diferença

Para repensar como economizar nas compras

Alimentos cultivados naturalmente, sem químicas, hoje são minoria no mercado. Poucos são os que bancam os elevados preços - já que, aos olhos do consumidor, muitas vezes aparecem apenas como menores e menos coloridos - apesar de serem alimentos com muito mais sabor. Mas a cultura orgânica na alimentação está voltando à moda.

Por volta de 1940, uma pesquisa na França apontou duas grandes influências no solo devido aos avanços da modernidade. O adubo sintético estava começando a ser utilizado em larga escala nas plantações agrícolas, enquanto estruturas de rede de esgoto eram construídas. Essas atitudes poderiam estar comprometendo a saúde da população e não estavam sendo percebidas pela maioria.

O adubo sintético, ou NPK – composto por apenas três elementos: nitrogênio, fósforo e potássio –, era uma inovação na época, visto com bons olhos pelos agricultores em função do preço e praticidade em relação ao adubo orgânico. Porém, evidenciou-se que, apesar dos alimentos crescerem e se desenvolverem, o adubo químico não fornecia sais minerais e os tornava mais suscetíveis às pragas.

Este dado, que poderia questionar a implementação do adubo sintético na época, não foi levado em consideração, até porque quem produzia o adubo químico também produzia os pesticidas que protegeriam as plantações de pragas. Engenhoso, não?! Ganhava-se duas vezes, enfraquecendo e depois protegendo as plantações.

Ao mesmo tempo, os sistemas de esgoto estavam começando crescer e, apesar de um grande avanço nos centros urbanos, o fato de nossas fezes não mais retornarem ao solo criaria no longo prazo uma grande defasagem no retorno de sais minerais.

Pesquisas concluíram que, se esse quadro não fosse revertido, num período de quarenta anos a população mundial entraria numa fase carente de sais minerais. Esse quadro geraria o aumento de basicamente quatro grandes grupos de doenças: as cardio-pulmonares, alergias, câncer e artrose.

Sessenta anos depois parece que a projeção de tempos atrás virou realidade. Houve um tempo em que um caso de câncer na família era uma tragédia; hoje, é normal!

Na década de 1980, o conteúdo da pesquisa que fora abafada quarenta anos antes influenciou o surgimento da medicina ortomolecular, hoje amplamente reconhecida pela sociedade.

Consumir alimentos orgânicos pode ser muito mais importante para nossa saúde do que imaginamos. Investimos tanto em outras coisas que chega ser incoerente não investirmos na qualidade dos alimentos que ingerimos.

Se o orçamento não dá tanta possibilidade, tente priorizar alimentos orgânicos que serão ingeridos crus, como saladas e frutas. Evite ao menos tomate, batata, couve e morango não orgânicos, pois recebem uma carga muito grande de agrotóxicos.

É sempre bom lembrar que quanto maior o consumo de produtos orgânicos, mais incentivo para aumentar o número de produtores. E, se o mercado vai crescendo, os preços vão baixando. Quem sabe um dia não voltamos a ter comida saudável por preços acessíveis?

Axé.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ayurveda, a medicina tradicional indiana

Conhecendo a mãe das terapias orientais

Mais de cinco mil anos se passaram e a filosofia da Medicina Tradicional Indiana ainda é contemporânea e pode ajudar a nos manter saudáveis. Seus princípios são simples e fundamentais, e reconhecem que, para se manter em harmonia, é preciso disciplina e autoconhecimento.

Os principais pilares de sustentação da saúde segundo o Ayurveda são as práticas físicas, a alimentação e a meditação. Esses são os elementos que temos responsabilidade em atuar. Existem ainda as intervenções terapêuticas através de massagens, fitoterapia e processos de desintoxicação, os Panchakarmas.

Para os médicos da Ayurveda, mais importante do que saber de quê seu paciente está sofrendo é saber profundamente quem é o seu paciente. É necessário um denso processo de avaliação antes de qualquer intervenção ou recomendação. Geralmente a primeira consulta em consultórios Ayurvédicos dura em torno de três horas!

Para a Ayurveda, a natureza material é constituída por cinco elementos, os Mahabutas: Éter, Ar, Fogo, Água e Terra. Nosso corpo, como parte da natureza, é composto por esses elementos em diferentes proporções. Juntos, eles formam os três doshas: Vata, Pitta e Kapha, princípios humorais que governam nossas atividades psicofísicas.

Todos nós temos os três doshas presentes, mas sempre com a dominância de um ou mesmo de dois doshas, que acabam representando nosso tipo constitucional. Na Medicina Tradicional Indiana, considera-se que os doshas dominantes possuem maior tendência ao desequilíbrio que causa as doenças que nos acometem.

Todo o processo terapêutico se baseia em: reconhecer o tipo constitucional do paciente; avaliar o seu estado de desequilíbrio; sugerir mudanças na alimentação e nos hábitos diários; e prescrever práticas corporais e mentais como Yoga e meditação. Quando necessário, administra-se fitoterápicos e processos de desintoxicação, para reequilibrar o corpo e restaurar a saúde.

Cada tipo constitucional predominante pede uma alimentação com restrições diferentes. A dieta do tipo sanguíneo, por exemplo, foi baseada nos princípios da Medicina Ayurvédica. Historicamente, a Medicina Tradicional Chinesa tem como base a Ayurvêda, que é mais antiga. Até os primeiros tratados de cirurgias são dessa época.

É comum nos dias de hoje que alguns SPAs sigam as direções da Ayurvêda. Imerso por no mínimo uma semana, fica mais fácil entrar em contato com uma nova forma de levar a vida, meditando e se alimentando do que você realmente precisa para se reequilibrar. Os processos de desintoxicação são dignos de um nível de entrega difícil em nossa sociedade, mas se há mais de cinco mil anos já era importante eliminar toxinas do corpo, imagine nos dias de hoje.

O tempo passa, mas as questões permanecem: manter-se saudável ainda é uma prioridade para todos nós e vale a pena aprender com a sabedoria milenar indiana como assumir a responsabilidade de nos manter saudáveis.

Axé.

Mais informações e o teste de seu dosha dominante no site http://www.jorgeitapuabeiramar.com/ – abordagens terapêuticas – Ayrvêda.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Quando vale a pena imobilizar?

Uma atitude mal empregada pode atrapalhar a recuperação

Para proteger qualquer lesão articular é natural imobilizarmos a região: a deixamos em repouso até não doer mais, quando então pouco a pouco começamos a tentar mexe-la. Apesar de muitos profissionais ainda recomendarem o repouso, a utilização de imobilizadores em caso de lesão articular muitas vezes atrapalha a recuperação.

A primeira coisa a ser feita quando sofremos um trauma articular - depois de por gelo - é sabermos o que realmente aconteceu, se foi uma entorse, se houve fissura ou fratura, ou uma distensão da musculatura. Basicamente o que estamos buscando saber é a natureza da lesão: articular, óssea ou muscular. Muitas vezes podemos ter uma combinação dessas possibilidades.

O Raio-X serve para descartar a possibilidade de fratura, que quando presente, é fundamental a imobilização total do segmento com gesso. Quando não há fraturas, imobilizar talvez não seja a melhor opção. As compressas de gelo vão ser muito importantes nos primeiros dias após a lesão. Quanto mais gelo colocarmos de maneira adequada, melhor.

Já não é de hoje que a fisioterapia moderna em casos de lesões articulares não vê a imobilização em longos períodos com bons olhos, a não ser em casos muito específicos.
A imobilização gera efeitos que não colaboram para a recuperação, como a perda acelerada do trofismo (volume e força) muscular e o surgimento de aderências articulares que vão gerar um período de recuperação mais longo. Hoje se prioriza a mobilização precoce, ou seja, mexer o quanto antes o segmento respeitando sempre a dor.

Então imobilizar um membro por duas semanas ou mais sem que haja uma fratura, só colabora para fragilizar ainda mais a região e gerar um período de recuperação mais longo. A idéia é deixar o membro livre e respeitar o limiar da dor. Em alguns casos não vai ser possível mexer em grandes amplitudes, mas só de sua musculatura ser requisitada a sustentar o peso contra a gravidade, já é uma atitude que preserva a saúde da região e logo contribui para uma recuperação mais rápida.

Mancar, por exemplo, é uma atitude que favorece o desequilíbrio muscular, fragilizando o membro protegido. É preferível diminuir a velocidade do andar e manter o movimento completo da marcha, mesmo de muletas ou bengala.

Mesmo assim imobilizar tem sua função. Quando vamos para a rua, além do aspecto visual de informar a todos que se está contundido, também protege a região de novas lesões em situações de risco. Mas logo que se chega a um ambiente seguro vale à pena retira-lo e favorecer a mobilidade do membro.

Axé

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

É melhor prevenir ou remediar?

As valias de uma sabedoria popular que se mantém apenas em ditado

Ninguém gosta de ficar doente, é claro. Mas parece que, apesar disso, todos esperam a doença para se preocupar com a saúde. Por que é tão difícil investir para não ficar doente ao invés de se desgastar para tratar uma doença já estabelecida?

Na China antiga, o paciente freqüentava regularmente seu médico particular. Para isso, não precisava estar se sentindo mal. A sessão preventiva era um investimento, inclusive financeiro, para estar bem de saúde. O médico só recebia seu pagamento se o paciente estivesse saudável. Quem ficasse doente parava de pagar até voltar a estar com saúde.

Essa proposta me parece fazer mais sentido. Um profissional de saúde trabalha para manter seus pacientes saudáveis e deve ser recompensado por isso. É o oposto do que vivemos hoje, onde a grande maioria dos profissionais de saúde é especialista em doenças e precisa delas para atuar. O sistema de saúde que temos hoje, de forma geral, precisa da disfunção para se fazer válido e, conseqüentemente, não favorece nossa saúde. A verdade é que as doenças movimentam mais dinheiro do que a saúde.

A responsabilidade por mudar essa estrutura não está no profissional, mas no cliente que o procura. Afinal, se todos procurassem profissionais de saúde enquanto estão se sentindo bem para garantirem que continuem assim, no final das contas fariam uma grande economia!

Por exemplo, hoje em dia é comum as famílias gastarem grande parte do orçamento com planos de saúde para “a hora em que alguém precisar”. Há, porém, algo incoerente nesse processo: não aplicamos o dinheiro em um tratamento específico, e sim de forma generalizada. Dentro da estrutura dos planos de saúde, pagamos alto, mas os profissionais recebem radicalmente menos do que o valor de mercado. Procuram, então, atingir certa quantidade de atendimentos por dia para se equivalerem financeiramente, fazendo cair muito à qualidade do atendimento. Com exceção de internações e exames complementares, nos colocamos no famoso jargão: compramos gato por lebre.

Precisamos reconhecer que nosso organismo é um sistema único, indivisível, capaz de, em boas condições, se proteger das agressões do meio ambiente. Esta capacidade chamamos de SAÚDE e devemos direcionar nossa energia para sua MANUTENÇÃO, através de atitudes preventivas que priorizem a harmonia entre todas as estruturas que nos compõem: físicas, mentais, emocionais e espirituais.

Todas as especialidades na área da saúde podem e devem atuar preventivamente. Invista em você e não nos outros: ir ao médico quando está doente é gastar dinheiro; ir ao mesmo médico para manter a saúde é investimento.

Axé.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O mito da proteína

Será que ela é tão importante na nossa alimentação como dizem?

A proteína assumiu um papel fundamental na alimentação da sociedade. Grande parte da população sequer reconhece uma refeição decente se não houver uma considerável porção de carne, seja bovina, suína, de frango, peixe ou as variáveis vegetarianas. Mas será que realmente precisamos ingerir tanta proteína para nos manter saudáveis?

A proteína é uma substância fundamental para o nosso organismo, o que não justifica uma alimentação rica em proteínas.

Se possuirmos os aminoácidos necessários, nosso organismo pode construir as proteínas de que precisamos. Afinal, se trata de nada menos que uma grande seqüencia de aminoácidos. Não é curioso que uma das principais fontes de proteína do ser humano moderno seja o boi, que só come mato?!?

Outro dado relevante é a alimentação dos bebês, quando é preciso produzir muita proteína para o desenvolvimento físico. É na fase lactante que mais aumentamos nossa massa corporal em proporção ao tempo. O leite materno é o alimento completo para essa fase e tem, proporcionalmente, a maior quantidade de proteínas que precisamos em uma refeição.

O que poucos sabem é que essa quantidade é de apenas 2%. Aí fica a pergunta: se, quando realmente precisamos de proteínas, a proporção ideal numa refeição é de 2%, quanto devemos ingerir na fase adulta para manter nossa estrutura? Alguns profissionais recomendam 35%. Parece um exagero, não acha?

É comum ouvirmos o relato de pessoas que tentaram parar de comer carne, por exemplo, e se sentiram mais fracas e sem energia. Como explicar essa reação? A resposta é simples: se estamos ingerindo uma substância regularmente, mesmo que ela nos faça mal, nosso organismo se adapta e, em sua falta, reage. Chamamos essa reação de síndrome da abstinência, comum no processo de parar de usar drogas. Nem por isso dizemos que as drogas nos fazem bem!

Já existem pesquisas que comprovam que uma dieta rica em proteínas gera uma grande quantidade de radicais-livres no processo de sua quebra em aminoácidos. Os radicais-livres são responsáveis pela oxidação do nosso corpo e aceleração do envelhecimento.

Precisamos construir proteínas em nosso organismos e, para isso, é fundamental ingerirmos os aminoácidos essenciais, que não conseguimos sintetizar em nosso organismo. Uma alimentação rica em grãos, verduras, legumes e frutas crus é suficiente para adquirirmos os aminoácidos de que precisamos.

É importante diferenciar o que realmente precisamos para nos alimentar do que comemos para satisfazer a vontade de um gosto específico em busca do prazer. Afinal, ninguém acha que está se alimentando quando come chocolate ou toma uma cervejinha, e nem por isso deixa de fazer! A mesma relação pode ser desenvolvida com as proteínas.

Axé.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Musculação faz bem?

Entenda como essa forma de exercício vem sendo mal aplicada

As academias de ginástica hoje têm um papel fundamental em fazer o corpo de muitos funcionar. Por questões práticas ainda temos nas academias a ginástica localizada e a musculação como atividades principais. Mas será que essas formas de se exercitar fazem realmente bem ao nosso corpo?

Ambas atividades tem como objetivo principal muscular o corpo, ou seja, através de exercícios repetitivos – muitas vezes de musculaturas isoladas – produzir uma hipertrofia da musculatura, aumentando os seu volume e conseqüentemente sua força. Uma através de aparelhos e outra com exercícios de solo, sempre usando pesos como resistência.

Sem dúvida é importante termos músculos potentes para que nosso corpo tenha função plena. Mas não recomendo a musculação e nem a ginástica localizada como atividade física principal. Não vejo que um corpo seja o mais saudável o quão mais forte ele for. Até porque com a quantidade de pesos que se tem disponível hoje em dia, a partir de certa carga o trabalho pode passar a ser lesivo a saúde.

Não existe nenhum movimento funcional do corpo que se requisite um único músculo a 100% de sua potência. Todos os movimentos do corpo são realizados por grupamentos musculares sinergistas que requisitam no máximo 60% da potência de um determinado músculo. Uma atitude sábia da natureza para preservar a musculatura e evitar lesões por sobrecarga.

Os movimentos naturais do corpo são feitos em combinação nos três planos – frontal, sagital e horizontal – resultando em movimentos em espiral, por isso sempre requisita um grupamento muscular. Na musculação a maioria dos exercícios se utiliza de movimentos retos em um só plano.

Mas isso não quer dizer que a musculação ou a ginástica localizada não sejam necessários. O que estou questionando é como utilizar essas formas de se exercitar. Como fisioterapeuta, por exemplo, utilizo regularmente os dois recursos no processo de reabilitação de lesões. Chamamos de Cinesioterapia e Mecanoterapia. Outra forma de se utilizar esses recursos é como exercícios complementares para atletas que querem melhorar seu desempenho e também como forma de retardar a osteoporose em pessoas de meia idade.

A questão é que hoje a maioria dos praticantes de musculação não são pacientes em fase de recuperação e nem atletas buscando chegar ao pódio. Em sua maioria são pessoas que vem na musculação uma forma rápida e eficaz de desenvolver um visual para seu corpo se adequar a certos padrões de beleza a qualquer preço e esforço. Para esse fim até que a musculação funciona, mas posso garantir que não tem nada a ver com saúde, só estética. Muitas vezes acaba sendo um forte elemento para se adquirir lesões dos mais diferentes tipos.

Imagine o seguinte, duas pessoas que decidem incorporar uma atividade física em sua rotina. Cinco dias por semana, duas horas por dia. Um escolhe andar de patins e o outro escolhe a musculação. Cinco anos se passam e o que temos: De um lado um exímio patinador que além de estar em forma, bonito, com pernas fortes, boa condição cardiovascular ainda domina a arte de patinar, de frente, de costas, pula... O outro certamente está só fortinho.

A musculação é um exelente recurso terapêutico se bem aplicado, mas indiscutivelmente não representa uma atividade física completa que gera bem estar e saúde. Ccaso seja escolhida como atividade regular por questões práticas ou mesmo por gosto, deve ser complementada com pelo menos o mesmo tempo gasto nas máquinas em alongamento e também em condicionamento cardiovascular para realmente funcionar em benefício da saúde.

Axé.



quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A culpa é do colchão ou do travesseiro?

A desagradável sensação de acordar travado das costas pode ser evitada

Dormir bem e acordar mal é uma situação que todos nós já experimentamos e não gostaríamos de repetir. Mas quando isso acontece, muitas vezes não sabemos o por que. Dormir de mau jeito, no colchão errado, com ou sem travesseiro, será que isso realmente interfere em como vamos acordar?

Muitos buscam o melhor colchão se dormir, tentam desvendar qual é a altura ideal do travesseiro ou qual a melhor posição pra dormir. Essas são dúvidas freqüentes que vamos tentar responde-las.

Primeiramente o tipo de colchão adequado é uma variável muito grande de acordo com a pessoa. Tem gente que se dormir em colchão mole só levanta carregado, outros não aturam dormir no duro de jeito nenhum, alguns passam a vida dormindo na rede sem reclamar e outros que tanto faz como tanto fez, conseguem dormir em qualquer lugar. Achar a sua posição com relação ao colchão mais adequado experimentado-os quando possível é a solução.

Quando falamos da melhor posição pra dormir, é sempre uma questão ambígua porque quase ninguém fica na mesma posição durante todo período do sono. De qualquer forma, ao dormir de bruços tendemos a tencionar o pescoço, que tem que girar para um dos lados, e a região lombar que se encurta pelo aumento da sua curvatura. Logo essa seria a posição menos recomendada para se dormir, mas é provavelmente a posição que mais se dorme por aí!

O travesseiro é um artefato indispensável para muitos de nós na cama. Ele é realmente importante para se dormir de lado, que muitos apontam como a melhor posição pra dormir, com um travesseiro de altura que mantenha o pescoço na posição neutra e outro entre as pernas na altura dos joelhos. De bruços ou e barriga pra cima o travesseiro já pode ajudar a tencionar-mos o pescoço.

Dormir de barriga pra cima com uma almofada grande e cilíndrica em baixo dos joelhos é bem confortável para a coluna e impede que se mude muito de posição, mas pode ser muito incômodo pra alguém que está por perto pois certamente vai gerar uma baita ronco! He he he.

Dormir é um momento de descanso, da mente e do corpo, mas muitas vezes não é o que acontece, isso quando conseguimos dormir. Se preparar pra dormir, é uma excelente dica para acordarmos bem. Tanto física como mentalmente. Fazer um leve alongamento antes de se deitar é muito importante para adquirir um sono mais profundo e prazeroso, pois não carregamos as tensões do dia pra cama. Entrar em contato conosco, respirar, quase que num processo meditativo na cama antes de dormir acalmando a mente também ajuda muito a descansar.

Quando estamos dormindo o nosso subconsciente toma conta do nosso corpo, por isso independente de como e onde estamos dormindo podemos gerar grandes tensões emocionais enquanto sonhamos e só vamos percebe-las ao acordar, muitas vezes totalmente travados. Por isso é importante nesses momentos lembrar dos sonhos, pode ser a chave para destravar você.

Comer antes de dormir é cruel! Principalmente comidas pesadas. Reparem que quando comemos bastante, ou ingerimos comidas que requisitem muita energia para serem digeridas, isso se refletirá num sono desgastante, com às vezes pesadelos e garantidamente dores nas costas no dia seguinte, independente do tipo de colchão ou travesseiro que se esteja utilizando.

Então percebemos que existem inúmeros fatores que influenciam nosso sono além do colchão e do travesseiro. Não que eles devam ser ignorados, mas com certeza é mais fácil culpar o coitado do colchão do que assumir a responsabilidade de estar com dores nas costas ao acordar. Pense nisso.

Axé.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

A dor é nossa amiga

Tratar somente dos sintomas é uma atitude ilusória que nos faz muito mal

A atitude contemporânea de tratar a saúde está voltada principalmente para uma grande vilã que vem sendo mal compreendida: a dor. Sentir dor é, na verdade, uma atitude protetora, direcionada à evolução.

Isso não é papo de masoquista. Sentir dor é desagradável, não recomendo a ninguém, mas antes de querer eliminá-la é preciso entender por que a estamos sentindo. Já diz o ditado: “Quem avisa, amigo é”. A dor funciona para nos avisar que algo não vai bem. Senão, como iríamos saber quando nos tratar?

Aprendemos que a dor é ruim e que devemos remediá-la o mais rápido possível. Hoje existem especialistas com a tarefa quase impossível de erradicá-la do mapa. Os “Pain-killers” estão cada vez mais eficientes. Mas a dor é muito importante para nossa saúde e precisamos aprender a usá-la em nosso favor.

Eliminar a dor ou qualquer outro sintoma não é tratamento, não é saudável e só prejudica ainda mais nossa saúde no médio e longo prazo. Devemos descobrir e tratar as causas da dor para ela desaparecer naturalmente.

Imagine uma casa que de repente começa pegar fogo. Em meio às chamas, o alarme dispara aquele som desagradável com toda força. Temos duas opções para fazer com que o alarme pare de soar. A primeira, rápida e superficial, é tirar as baterias, cortar o fio ou simplesmente desligar o alarme. O incômodo do som acaba imediatamente, mas a casa continua queimando. A outra opção é mais contundente e demorada: apagar o fogo.

Desligar o alarme antes do fogo ser apagado só faz sentido depois que chegarem os bombeiros. Mesmo assim, caso os bombeiros não descubram a causa do fogo, a casa pode voltar a queimar a qualquer momento e o alarme deve estar funcionando, apto a disparar em novo sinal de fumaça.

Por essa perspectiva, a escolha parece óbvia. Porém, em relação ao nosso organismo, não é sempre assim que atuamos. Quando utilizamos analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares, por exemplo, estamos desligando os sinais de que algo não vai bem em nós. Após os sintomas irem embora, não podemos achar que estamos realmente curados do mal que nos afligia.

Se encaramos a dor como ameaça, pensamos em fugir dela. Mas, se a entendemos como um sinal de que algo precisa ser transformado em nosso corpo, não precisamos mais temê-la. Qualquer disfunção do nosso organismo não surge de uma hora para outra. Enjôo, gastrite e leves pontadas no estômago são progressões até chegarmos a uma úlcera, por exemplo.

Aos que já estão habituados, não é preciso parar de tomar os remedinhos e fazer votos de sofrimento. Basta reconhecer que esta é apenas uma etapa inicial no tratamento de uma questão. Afinal, existem dores cuja necessidade de supressão é indiscutível, mas existem também aqueles incômodos que podemos aturar e utilizar como referência para a resolução direta de uma causa. O bom senso deve ser sempre o ponto de partida.

Quando sentir um mal-estar, pense que seu corpo está querendo lhe dizer alguma coisa e vá dialogando com ele. Assim, os incômodos dificilmente se transformarão em dores insuportáveis e você estará mais consciente de como anda sua saúde. Devemos procurar evitar os males que geram a dor, mas, se ela aparecer, o importante é tratar a causa.

Axé.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A poção mágica do dia-a-dia

Suco verde, ou suco da luz-do-sol: como preparar e por que tomar

Baseado nos preceitos da comida viva, apresento a receita de um elixir da saúde. O suco verde – que não é um suco específico, mas uma estrutura de suco com inúmeras variações – é capaz de potencializar a saúde em todos os níveis quando incorporado como uma refeição diária.

O melhor momento para tomar suco verde é, sem dúvidas, o desjejum da manhã. Mas é preciso que ele seja feito na hora e digerido sozinho. Além de líquido, o suco verde é 100% composto por alimentos vivos. Por isso, sua absorção pelo nosso organismo é rápida: em quinze minutos, o suco já está em circulação e não mais no estômago. É perfeito para ser tomado antes da prática de atividades físicas.

Este suco é um composto vivo que, administrado diariamente, garante uma boa saúde. Cheio de informações para nossas células, é uma fonte rica dos principais nutrientes que precisamos. Para fazê-lo, basta um liquidificador e uma redinha de nylon – além dos seguintes ingredientes:

Uma maçã sem os caroços, meio pepino grande, uma cenoura grande, um componente verde (folha de couve, espinafre ou um galho de aipo), um componente aromatizante ( hortelã, menta, funcho ou gengibre a gosto), uma outra raiz (½ inhame, ½ batata yacom, ½ batata doce ou 1 pedaço de abóbora) e uma porção de grão germinado (trigo, girassol, cevadinha, lentilha, linhaça, quinoa...).

O grão germinado é o agente biogênico, um ingrediente fundamental para o suco. Quando um grão entra em contato com a água, acontece a química da vida, a mesma que fecunda um óvulo por um espermatozóide. Desse grão, surgirá uma nova planta. Após o contato com a água, o broto precisa romper a casca da semente para crescer. É o momento em que se produz mais energia – e é essa energia que queremos agregar ao nosso suco.

Após oito horas de molho, a maioria dos grãos precisa ainda de dezesseis a 24 horas em contato com o ar para brotar. Somente então o adicionamos ao suco. Ou seja, o grão precisa começar a ser preparado com dois dias de antecedência. Cubra um copo com um pedaço de filó, que pode ser preso com um elástico, e deixe o grão de molho durante oito horas – preferencialmente, da noite para o dia. Ao acordar, incline o copo e deixe a água escorrer o dia inteiro. Antes de dormir, enxágüe os grãos novamente e deixe-os escorrer. No dia seguinte, pela manhã, estarão prontos para o suco.

Bata os ingredientes no liquidificador na seguinte ordem, usando a cenoura como “socador”: folhas, pepino cortado e o aromatizante escolhido; grãos, maçã, raiz e, por último, o resto da cenoura. Deixe bater até virar uma pasta uniforme. Em seguida, coloque a pasta na rede de nylon e esprema até sair todo o líquido, como se estivesse ordenhando uma vaca. A sobra é um bom adubo para a terra.

Beba o suco e sinta o leite da natureza, energia rapidamente sintetizada pelo organismo e informação preciosa para suas células. Fique no mínimo duas horas sem comer mais nada. O suco é um excelente substituto para o café-da-manhã do dia-a-dia. Parece uma tarefa árdua incorporar esse suco em nossa rotina. Mas, garanto, árduo é abrir mão do suco verde depois que nos acostumamos aos seus benefícios.

Axé.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Nosso crânio pulsa e a saúde agradece.

Um movimento quase imperceptível, mas fundamental para o ser humano.

Nossa cabeça parece ser uma caixa trancada de onde nada entra ou sai. Isso não é verdade. Todo nosso organismo é pulsante, vivo, com fluidos correntes. A cabeça não fica fora dessa.

Para proteger o cérebro e suas estruturas adjacentes, o crânio é realmente bem forte. No entanto, não é rígido. É importante para nossa saúde que ele expanda e contraia. Por suas membranas e canais, passam líquidos que nutrem suas estruturas internas.

Um chapéu apertado, se usado por muito tempo, pode restringir e até mesmo impedir o movimento natural do crânio de que tanto precisamos. Uma pancada na cabeça ou no sacro pode ter efeitos ainda mais graves.

O crânio não é um osso inteiriço, mas uma estrutura composta por doze ossos principais que se articulam – não da mesma forma que um joelho ou cotovelo, mas com um jogo articular que está ligado diretamente à respiração e é fundamental para nosso potencial de auto-cura.

Todos nós já ouvimos falar das meninges, que revestem o sistema nervoso central. Na membrana mais interna, circula o líquido cefalorraquidiano que banha o cérebro e a medula para nutri-los e protegê-los. Para que este líquido circule livremente pelo Sistema Nervoso Central é preciso que duas bombas – o crânio e o sacro – estejam funcionando no nosso corpo e não haja obstrução no caminho (coluna vertebral).

Desse entendimento surgiu a terapia crânio-sacro. Desenvolvida por osteopatas, a técnica parte do princípio de que o movimento crânio-sacral deve estar sempre presente e sem obstruções para que possamos nos manter saudáveis. Esse movimento possui função restauradora e serve como excelente medidor do equilíbrio corporal.
Inúmeras desordens são atribuídas à perda da pulsação crânio-sacral, como enxaquecas, distúrbios da ATM, casos de estresse físico e mental, dores crônicas, hiperatividade, disfunções neurológicas, depressão, disfunções viscerais, desequilíbrios hormonais, perda de visão e audição, dores nas costas, entre outros. A terapia crânio-sacral provou-se eficaz nesses casos.
Você já reparou que a cabeça de um bebê recém nascido é bem mais mole que a nossa? Eles têm a chamada moleira, que facilita a passagem pelo canal vaginal na hora do parto. Os terapeutas crânio-sacro dão atenção especial ao parto natural, por ser quando o crânio da criança se comprime e se dá então o início da pulsação crânio-sacral.

Baseado nesse entendimento, há a relação de que crianças que nascem de cesariana não passam pelo processo de “start” do movimento crânio-sacral, o que pode influenciar diretamente na saúde delas. Essa pulsação surge no feto e só se extingue na morte.

A técnica é feita através do contato sutil do terapeuta com as pontas dos dedos na cabeça e também no sacro. Ele percebe as restrições de movimento e busca recuperá-los em um contato íntimo e profundo com o paciente. A sensação durante essa terapia é muito confortante. Experimente.

Axé.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Machucou, doeu? Quente ou frio?

Bem aplicados, esses recursos podem ser de grande ajuda.

A aplicação de gelo ou calor em uma região machucada é um recurso tradicional que funciona e muitas vezes ainda é a melhor opção. Mas é importante sabermos como e quando aplicar esses recursos para que sejam realmente eficazes.

Ambas são abordagens que dão condição para nosso corpo se recuperar de forma simples e natural. Ajudam o processo de auto-cura poupando energia, tempo e até dinheiro, além de ser mais saudável do que a maioria dos medicamentos com seus efeitos colaterais devastadores.

Se for bem aplicado, o gelo pode, por exemplo, evitar as marcas roxas decorrentes de um pancada e acelerar o processo de recuperação de lesões articulares e musculares. Qual é o mecanismo desse processo?

Imagine um lago calmo e tranqüilo de água parada que quando atiramos uma pedra criamos um movimento que vai se espalhando em ondas até mexer o lago inteiro. Uma lesão no corpo pode ser vista da mesma forma, ela acontece num ponto e vai se espalhando, crescendo para depois de um tempo o corpo começar a se recuperar.

Quando aplicamos o gelo de forma adequada, congelamos o lago e impedimos que a onda se espalhe. Ou seja, constringimos a circulação na área impedindo que a lesão cresça nesse momento inicial. Quanto menor a lesão final, mais rápido nosso corpo consegue se recuperar. O gelo também congela as terminações nervosas tirando parte da sensibilidade superficial, aliviando temporariamente a dor.

Já o calor, como devemos imaginar, cria um efeito inverso. Aumenta a circulação na área e consequentemente relaxa os músculos. Nesse caso funciona muito bem quando o aplicamos em dores por tensão muscular, como uma contratura muscular, dores na lombar, torcicolos e até cólicas.

O gelo deve ser aplicado sempre após contusões articulares ou musculares por entorses ou estiramento. Quando temos a idéia de que algo vai inchar, o gelo aplicado corretamente pode reduzir e até impedir esse inchaço.

As dores de pinçamento nervoso, como um torcicolo ou as famosas “travadas” na lombar pedem calor úmido. Uma boa forma de aplicar seria uma bolsa de água quente coberta por uma toalha molhada com água quente também. Com a umidade o calor penetra melhor na pele e consegue carrear o calor até os músculos tensos. Essa aplicação deve ser feita em repouso é claro.

Já o gelo para realmente funcionar, primeiro tem que ser gelo mesmo, não use bolsas de gel, elas não conseguem manter a temperatura por tempo suficiente. A melhor opção é um saco plástico ou essas bolsas emborrachadas próprias com gelo moído – para melhor se acomodar à região lesionada. Associado ao gelo deve-se impor uma leve pressão constante – uma atadura elástica é indicada – e se possível mantenha a área machucada acima do coração para assim reduzir o inchaço.

Devemos manter as aplicações de 15 a 30 minutos de acordo com a área lesionada e com intervalos de uma hora, quanto mais aplicarmos melhor. Em caso de dúvida não deixe de procurar um profissional para melhor instruí-lo. Espero que todos nós tenhamos sabedoria para evitar que aconteçam essas situações traumáticas, mas como até Mestre vacila...

Axé.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O Diafragma tem que funcionar!

Não respiramos como deveríamos mas podemos alterar esse padrão.


Respirar é a chave para a saúde. O padrão respiratório que apresentamos determina em nós diversos desequilíbrios corporais. É através da respiração que devemos iniciar o processo para alterarmos nossa condição.

Todos nós respiramos, é óbvio. Mas apresentamos padrões diferentes, de acordo com nossa história física e emocional. A respiração é a melhor forma de adquirirmos energia tanto em matéria como em espírito. O principal músculo da respiração é o diafragma, músculo grande, grosso, forte, em forma de disco que faz a divisão entre o tórax e o abdômen.

Por ser o músculo principal da respiração, ele é responsável também pelas manifestações emocionais através do grito e do choro entre outras. É comum quando criança aprendermos a conter o choro segurando a respiração. Como o choro e o grito, por exemplo, hoje não são bem vistos pela sociedade em geral, tendemos a desenvolver um diafragma reprimido, enrijecido, sem força e mobilidade.

Acontece que 80% da ventilação do pulmão é responsabilidade do Diafragma que fica próximo a maior área a ser ventilada dos pulmões, sua base. Para auxiliar o diafragma nos últimos 20% da capacidade respiratória dos pulmões, temos o que chamamos de musculatura acessória, que fica situada próximo a parte superior dos pulmões, na região do peito e do pescoço.

Se o diafragma não consegue realizar seu papel adequadamente, como em uma rigidez emocional, sobrecarregamos os músculos acessórios. Esse é o início de uma série de desequilíbrios no corpo que vamos carregar até o final de nossas vidas e que não contribuem para uma boa saúde.

Quando sobrecarregados, os músculos acessórios vão se enrijecendo, aumentando a tensão na região do pescoço, comprometendo a vascularização e inervação da cabeça e dos braços. Logo um ciclo vicioso se forma: ao criar uma respiração curta e tópica trabalhando com só 20% da área a ser ventilada, os músculos sobrecarregados são cada vez mais requisitados e assim sucessivamente.

Quando o Diafragma não funciona adequadamente, também diminuímos a pressão que deveria ser feita a cada respiração na região abdominal, comprometendo o funcionamento normal dos intestinos e aumentando a tensão da musculatura na região lombar. Devemos sempre procurar estimular o diafragma para ir liberando as tensões que nele ficam.

De dor de cabeça, passando por torcicolo, tendinites nos ombros e punhos, de gastrite, prisão de ventre a hemorróida, dores no ciático, nos joelhos e joanete. Tudo tem sempre um componente na restrição da mobilidade do Diafragma, direta ou indiretamente. Não é a toa que terapias milenares como a Yoga ou Qi Gong, tem a respiração como ferramenta princial.

Faça o teste pra ver que tipo de padrão você utiliza na respiração. Deitado com a barriga pra cima, dobre os joelhos, apóie os pés os chão, coloque uma mão no peito e outra na barriga e observe o movimento do tronco na respiração através das mãos.

Quando inspirar, a mão que está sobre o abdômen deve subir primeiro que a sobre o peito. Este movimento representa um padrão respiratório mais saudável. Caso você perceba o contrário, utilize o próprio teste como exercício e vá criando a intenção de expandir primeiro a barriga e região lombar na inspiração.

A dica pra se resgatar a atividade do diafragma está em respirar fundo. Mas atenção, pois uma respiração saudável e profunda não se inicia numa forte inspiração puxando bastante ar e sim numa expiração consciente, soltando todo o ar que está nos pulmões, para depois renovar o ar com uma inspiração profunda mas sem esforço.

Reaprender a respirar é um dever de todos. Soltar o ar é extremamente saudável e gera muito prazer. Todo fumante que perceber que fumar é também uma forma de respirar fundo estará mais próximo da possibilidade de independência do vício.

Axé.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Como eu como?

Tão importante quanto o quê comer é a maneira que comemos

Diante de uma enorme variedade de opções, pesquisas apontam os alimentos mais indicados para emagrecer, engordar ou simplesmente se manter saudável. No entanto, tão importante quanto a qualidade do quê se come é entender como e quando ingerir cada tipo de alimento.

A combinação dos alimentos potencializa as refeições. Pouca gente sabe que as frutas não devem ser comidas como sobremesa. Devemos comê-las sozinhas sem misturá-las, de manhã, à noite ou nos intervalos entre refeições. Outra idéia é que ao invés de montarmos um prato com um pouco de tudo, o ideal é separar os alimentos por família: carne e salada, arroz e batata, massa etc. Essa divisão favorece a digestão.

Beber durante as refeições é um hábito muito comum e nada saudável. As principais funções da bebida são ‘empurrar’ a comida mal mastigada para dentro sem entalar e aliviar sensação de muita pimenta ou sal – além de aumentar a conta no restaurante, é claro! De qualquer forma, beber suco, refrigerante ou até mesmo água durante as refeições atrapalha o processo de digestão e engorda.

Se mastigarmos bem o alimento – no mínimo trinta vezes – e saborearmos de verdade cada garfada, não sentiremos falta de bebida nas refeições. Outra dica é simplesmente respirar enquanto mastigamos. Apesar de aparentemente óbvio, repare que muitos tendem a inspirar somente entre garfadas. Para não se asfixiarem, engolem a comida sem mastigar o suficiente!

Na vida corrida de hoje em dia, comer com calma faz uma grande diferença para nossa saúde. É necessário um tempo para a informação de satisfação sair do estômago e chegar ao cérebro. Comendo muito rápido, fatalmente ingerimos mais do que precisamos.

O tipo de comida para cada momento do dia também tem grande importância para nossa alimentação. Requisitar muita energia para a digestão logo antes de dormir é um péssimo hábito e pode acabar com o descanso da noite. Ao acordar, é sempre preferível o jejum ou a ingestão de líquidos leves e frescos como sucos, água ou chá. Algumas horas depois, então, devemos comer uma coisa leve. A refeição principal deve ser o almoço ou a janta – se for cedo, por volta de 18h, para dar tempo da comida ser bem processada.

Outra dica é comer entre as refeições. Um lanche saudável e sem exageros funciona muito bem para diminuir a fome e evitar comer demais no almoço ou no jantar. A conta é: comemos mais vezes durante o dia, mas menos quantidade no total.

A cultura moderna de refeições fartas, com uma grande variedade de alimentos, não é nem um pouco natural. Se levarmos em consideração que cada alimento passa por diversos processos até chegar à mesa – da extração à preparação – não seria interessante matar um boi e ainda colher arroz, feijão e batatas para o almoço. Menos ainda se de noite comêssemos tudo diferente. Só mesmo o supermercado nos proporciona esse luxo. Mas será que nosso organismo segue as leis do supermercado? Ou da natureza?

Axé.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Pilates para os nossos pilares!

Entenda o diferencial de um método que fortalece nossa estrutura

Quem ainda não ouviu falar de Pilates? Do que se trata essa novidade que vem ganhando cada vez mais adeptos? Usa aparelhos de molas e é bom para perder barriga – é o que vulgarmente se diz sobre o Pilates. Mas a técnica não é tão novidade assim: foi criada no início do século passado pelo alemão Joseph Pilates. nos últimos 10 anos, porém, vem ganhando popularidade e reconhecimento mundial.

Pilates é uma técnica de fortalecimento dos músculos do corpo que trabalha consciência corporal, coordenação motora, equilíbrio e flexibilidade. Seu criador o batizou com o nome técnico de Contrologia, que remete a controle. O fortalecimento da musculatura postural, de sustentação, é o grande diferencial dessa técnica em relação à musculação e à ginástica localizada, por exemplo. Seus princípios de abordagem e entendimento corporal desenvolvem e mantêm nossa estrutura física mais saudável.

Pelo entendimento do Pilates, todo corpo precisa ter atenção ao seu centro: o tronco, eixo onde fica a coluna e nossos órgãos vitais. Para tanto, trabalha as articulações isoladas para depois integrá-las. A respiração e a posição da coluna vertebral têm papel fundamental nessa técnica, que busca, entre outras coisas, a ativação de toda a musculatura abdominal. Não é a parede do Reto Abdominalmúsculo dos tão almejados “gominhos” – que é exercitada, mas as três camadas musculares da barriga.

Apesar de ser uma técnica de fortalecimento, o Pilates não usa peso. Em seu lugar, molas, com diferentes níveis de tensão, criam resistência sem impacto nas articulações. A força é trabalhada em dobro a cada movimento, na ida e na volta. Os aparelhos podem resistir ou dar assistência, cobrindo a reabilitação e o desafio. Mais um ponto interessante é o trabalho de fortalecimento e alongamento juntos, fundamental para o resgate da saúde do corpo.

Outro princípio importante do Pilates é a atenção do professor ao aluno. Cada pessoa tem uma história e conseqüentemente uma necessidade específica. É essencial que o professor conheça esses pontos para ter condições de trabalhar individualmente cada um. É por isso que as aulas de Pilates devem ser individuais ou em turmas de no máximo quatro alunos.

O Pilates supre uma grande necessidade do ser humano moderno. Praticado duas ou três vezes por semana, é um excelente exercício para quem quer recuperar a saúde, ou pode ser um trabalho complementar para atletas de ponta.

Existem aspectos fundamentais para nossa saúde, no entanto, que essa técnica não trabalha, como o condicionamento cardiovascular. O ideal é complementá-la com outra atividade aeróbica: caminhada, bicicleta, natação...

Qualquer técnica tem valor se aplicada por profissionais competentes e atenciosos. Não é porque existe uma plaquinha escrita Pilates que quer dizer que funcione. É comum nos momentos de boom surgirem os “Pilantras”, mais preocupados com o retorno financeiro do que com a saúde de seus clientes.

Procure sempre saber o nível de formação do profissional, siga as recomendações de quem você confia e – mais importante do que tudo isso – sinta se os exercícios estão sendo prazerosos para seu corpo e sua mente.

Com disciplina e paciência no Pilates, seus pilares se fortalecem e dão sustentação para sua estrutura se manter erguida durante bastante tempo.

Axé.


Joseph Pilates aos 57 anos em 1937

Joseph Pilates aos 82 anos em uma sessão de esxercícios.

Uma aula comtemporânea de Pilates


terça-feira, 1 de julho de 2008

Estalar é bom ou ruim?

Saiba o que está por trás de um som que gera alívio e aflição

Todos nós já estalamos os dedos, o pescoço ou qualquer outra parte do nosso corpo. De propósito ou sem querer, esse barulhinho muitas vezes vem acompanhado de um grande alívio, mas pode também ser sinal de problemas. O que fazer, então? Estalar ou não estalar, eis a questão!

O que é o estalo que ouvimos em nossas articulações? Esta pergunta é difícil de responder porque, na verdade, somos capazes de produzir diferentes tipos de estalidos, e cada tipo pode representar algo totalmente diferente.

De forma geral, o estalo – como o que ouvimos em nossos dedos quando os forçamos – é produzido pelo movimento do líquido sinovial, que fica dentro das articulações. Esse estalo não faz mal e em muitos momentos vem associado ao resgate da amplitude de movimento da articulação. Aquela mítica de que estalar engrossa os dedos não é real. O que os engrossa é o rompimento dos ligamentos, situação que pode trazer um estalo associado.

O estalar terapêutico é um produto dos ajustes articulares praticados por terapeutas manuais como quiropratas, osteopatas, acupunturistas e fisioterapeutas, entre outros. É comum quando liberamos o movimento de uma articulação. Faz bem, é saudável e, muitas vezes, necessário. Mas isso não quer dizer que, para resgatar a mobilidade articular, precisemos sempre ouvir estalos.

É um mau sinal quando uma articulação está sempre se restringindo e “pedindo” um estalo. Significa que existem tensões crônicas nessa área que deveriam ser tratadas. Prender e soltar repetidamente desgasta a articulação, principalmente nas vértebras, que têm pontos articulares pequenos e delicados.

Existem pessoas que não estalam nada. Isso pode acontecer por alguns motivos: porque são pessoas com restrições articulares e musculares tão fortes que não conseguem liberá-las; porque são muito flexíveis e é difícil chegarem ao ponto da restrição articular; ou ainda porque não têm fixações articulares presentes, o que é muito raro e seria o ideal.

Existem também outros tipos de estalos. Aquele tornozelo, ombro ou joelho que faz um estalido a cada mexida pode estar apresentando sinal de que alguma coisa está “fora do trilho”. Uma articulação desalinhada pela tensão da musculatura correspondente pode gerar esse tipo de estalido crônico. Essa articulação deve ser tratada antes que o desgaste seja irreversível.

Temos ainda a crepitação, som próprio de articulações já em fase de degeneração crônica. É a chamada artrose, que mais parece um conjunto de estalidos finos – ou uma articulação cheia de areia. Nosso corpo pode também produzir estalos quando quebramos um osso, ou quando arrebentamos um ligamento ou tendão – situações extremamente doloridas e desagradáveis.

Agora já podemos decodificar melhor a sinfonia osteo-articular que acontece em todos nós: estalos, estalões, estalidos e crepitações. Lembrem-se de que mais importante do que o som é o contexto em que é produzido e a sensação que vem associada.

Axé.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

O poder das vísceras

O cérebro pensa mas são os órgãos que sentem.

Na Medicina Tradicional Chinesa, cada órgão é responsável por produzir e armazenar emoções primárias antagônicas. De acordo com o estado de saúde de cada estrutura visceral, tendemos a potencializar determinado sentimento ou a transformá-lo em seu oposto. Esse é o princípio taoista da alquimia interna.

Os rins armazenam o medo, que pode ser transformado em calma. No fígado, ficam a raiva e seus derivados: ciúme, inveja... Em um estado saudável, podemos transformá-las em perdão. O coração abriga o ódio e a paciência. No estômago está presente o par dicotômico insegurança / equilíbrio emocional. Nos pulmões, a tristeza e a coragem.

Essas informações são de grande valor para compreendermos que, através de cuidados com nossos órgãos, podemos tratar questões emocionais profundas. É possível até mesmo evitar o desenvolvimento de depressões, fibromialgias, angústias, síndromes do pânico etc.

Nossos órgãos e vísceras estão em trabalho constante, como trabalhadores de grande resistência que não tiram férias e praticamente não descansam. Apesar de serem capazes de aturar “maus tratos” de seu patrão por bastante tempo, as conseqüências se evidenciam nas emoções que afloram. Um órgão em desgaste tende a manifestar sua emoção ruim.

Seguindo essa lógica, podemos perceber o seguinte padrão: pessoas que bebem álcool ficam, em certo momento, mais irritadas, ciumentas e com dificuldade de perdoar; fumantes tendem a ser mais depressivos e desencorajados para certas atitudes; pessoas inseguras, com baixa auto-estima, se definem entre as que comem “porcarias” demais e as que quase não comem.

As associações são inúmeras, umas mais evidentes do que outras. A idéia de não sobrecarregar os órgãos em prol da estabilidade emocional é uma proposta real e verdadeira que pode ajudar muito as pessoas que se encontram em situações emocionalmente frágeis.

Os taoistas acreditam que questões emocionais mal resolvidas geram nós no intestino. Você já parou pra massagear sua barriga? Provavelmente sentirá pontos rígidos e mais sensíveis na região profunda. Os taoistas nos aconselham a massagear os pontos em volta do umbigo a cada vez que tivermos sonhos fortes - segundo eles, acharemos um nó pra desfazer antes de levantar.

Podemos ir além e reconhecer a capacidade dos órgãos e vísceras de, como imãs, nos atraírem a determinadas situações de acordo com a saúde que se encontram. Enfatizando a idéia de que somos responsáveis por tudo o que nos acontece, deixamos de lado a possibilidade do acaso.

Cuide bem dos seus orgãos e eles lhe recompensarão!

Axé.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Download na cenoura!

Os alimentos podem nos fornecer mais do que apenas nutrientes

Hipócrates, o pai da medicina ocidental, há mais de 2.500 anos dizia: “faça, da sua comida, seu remédio”. Outras filosofias ainda mais antigas como a indiana e a chinesa atribuem à comida um papel mais importante do que o de suprir o organismo de nutrientes e satisfazer o paladar.

Existe uma corrente crescente de pessoas que compara uma refeição a umdownload celular”. A idéia é que, além de absorver nutrientes, adquirimos para nossas células informações contidas nas células dos alimentos. No entanto, é preciso que as células dos alimentos estejam vivas, com suas proteínas e enzimas ativas, e não desnaturadas pelo cozimento. Ou seja, o alimento precisa estar cru ou ser aquecido a uma temperatura abaixo de 50°C.

Durante o curso de Biochip na PUC-Rio, ouvi a Mestra Ana Branco dizer algo simples e profundo, que realmente fez sentido pra mim: “a cenoura não mente”. Claro! Como os vegetais, legumes e frutas podem nos dar outra informação senão os princípios de uma vida natural e harmônica com o nosso sistema? Eles agem em nosso corpo sempre de acordo com as leis que os criaram e os levaram até nós, completando o ciclo de vida da natureza.

Além do download natural, a alimentação viva gera muito mais energia para o corpo. Por exemplo, quem nunca sentiu sono e tendência ao ócio após uma refeição comum? É que nosso corpo precisa descansar, guardar energia para digerir a mesma comida que nos dará energia. Faz sentido? Qualquer empresa que se submeta a um processo semelhante pedirá falência em pouco tempo.

Será que é sempre assim? Qualquer tipo de comida nossono após as refeições? Quem se alimenta de “comida vivanão precisa descansar para digerir. Ao contrário, ganha energia durante a digestão. Não lhe parece mais coerente?

Estudos voltam atenção para as enzimas dos alimentos, que, como não foram desnaturadas pelo calor do cozimento, ajudam no processo de digestão. Nosso corpo funciona da mesma forma. Sabemos que ele tenta sempre manter sua temperatura em 36,8°C. Acima disso, chamamos de febre e, se o termômetro ultrapassa 42°C, a morte é quase certa.

A mãe moderna da alimentação viva apontada por Hipócrates e seguida por Jesus Cristo é a americana Ann Wigmore, que infelizmente morreu aos 84 anos de idade em 1993. Mas não pense que foi de velhice ou alguma doença grave. Pelo contrário, Dona Wigmore morreu num incêndio em seu instituto nos EUA tentando salvar suas pesquisas sobre alimentação viva e curas de doenças graves, como o câncer. Um fato interessante é que Wigmore começou a praticar a alimentação viva aos cinqüenta anos por questões de saúde. Aos setenta, recuperou a cor natural dos cabelos grisalhos.

É uma arte compor a base de sua alimentação de frutas, verduras e legumesnão mortospelo cozimento, além de grãos potencializados energeticamente pelo processo de germinação. É preciso reaprender a cozinhar os alimentos através de processos naturais como a fermentação e a desidratação, mudar o paladar e, conseqüentemente, o estilo de vida. Essas mudanças transformarão sua vida e seu organismo, fortalecerão seu sistema imunológico, mudarão seu modo de pensar, sua forma de se relacionar com os outros e consigo mesmo.

Mas, se você não está procurando mudanças profundas em sua vida, não tem problema.

Pelo menos, sabe de onde fazer download de energia para seucomputador orgânicoquando estiver doente: www.comidaviva.comer.

Bom apetite.

Axé.